Muito se ouve falar dessa palavra por aí, mas você sabe exatamente o que é autoestima? E quais são os fundamentos essenciais para a sua construção? Para responder a essas perguntas convidei a Psicóloga/ Psicanalista Rejane Andreia de Sousa. Confira a seguir:
O que é autoestima?
Para falar sobre autoestima é preciso entender os processos anteriores a ela. Superficialmente autoestima é característica de quem se valoriza, se contenta com seu modo de ser e atuar no mundo.
Mas apesar de ser substantivo feminino, não é uma questão de gênero, embora se verifique que são as mulheres quem falam mais claramente sobre o assunto. Também há muito mais artigos, textos e livros direcionados a elas.
Igualmente não se resume apenas ao fato de gostar de si mesmo, vai além.
A autoestima é, portanto, a maneira pela qual a pessoa se define.
É como ela se sente em relação si mesma e na relação com o outro. Sua confiança para lidar com suas próprias questões e defender seus interesses.
Fundamentos essenciais para a construção da autoestima
Bases na infância
O desenvolvimento da autoestima têm suas bases na infância. Na relação que a criança experimenta com seus pais ou responsáveis que se estende ao ambiente escolar.
Assim, desde muito cedo, a criança depende do olhar de seus pais. E da capacidade destes de reconhecer suas potências, valorizar e validar suas conquistas, respeitar sua singularidade, e de amá-la pelo que ela é, e não pelo que ela representa.
Com estas atitudes é possível oferecer um ambiente favorável ao desenvolvimento dos pilares que sustentam à autoestima.
Porém, isso não significa deixar a criança livre para fazer tudo a sua maneira. Uma criança precisa de regras e limites para se lançar no mundo com segurança.
Mas, desde que, estas regras e limites façam sentido para ela. Dessa forma, é possível apoiá-la mesmo diante de uma atitude que mereça reprovação.
E, sem duvida, esses momentos são facilitadores para ensiná-la a diferenciar atitudes positivas e negativas. E por que certas intervenções são essenciais para que ela se reconheça com valor e tenha domínio sobre suas ações.
O ambiente que a criança vive
No entanto, se o ambiente não for favorável, e a criança for sempre oprimida em relação as suas atitudes. Se seus cuidadores forem apenas proibitivos. Se não apresentarem outras possibilidades que façam sentido para ela, que despertem seu desejo de fazer diferente. Ou se o exercício da autoridade não for pela via do amor e cuidado. Então, ela possivelmente terá baixa autoestima.
Deste modo se constitui as bases do que será a pessoa. Afinal, os registros que temos da infância nos acompanham a vida inteira. E as marcas que carregamos determinam nosso modo de Ser e de Fazer.
Relação com o consumismo
Assim, a autoestima não é algo externo a pessoa, não se fabrica consumindo coisas. Mas é claro que não podemos negar a influência dos apelos externos de uma sociedade de consumo.
Mas, mesmo com estes apelos, é possível, apenas, cuidar de uma autoestima que foi bem sucedida. Do contrário não passa de uma tentativa de preencher o vazio.
Baixa autoestima tem jeito
Apesar de ser conquistada na infância, a autoestima, e processos anteriores a ela, podem ser tratados em qualquer momento da vida.
Portanto, nada é tão fatalista e imutável. Porém, é preciso que a pessoa se dê conta desta falha e dê o primeiro passo buscando ajuda especializada.
Perguntas importantes
Se interrogue sobre o quanto você se conhece respondendo essas questões:
- Você aceita elogios sem a necessidade justificar ou negar?
- Suas escolhas amorosas costumam repetir o mesmo padrão?
- Reconhece suas emoções?
- Valoriza e respeita suas conquistas?
- Na maioria das vezes se compara as outras pessoas?
- Com frequência se acha vítima do mundo?
- Sente dificuldades para assumir suas responsabilidades e tende a culpar os outros?
- Nas relações interpessoais se submete as vontades dos outros e se posiciona pouco?
- Têm dificuldade para finalizar as coisas?
- Sente muita frustração e raiva?
- Há o sentimento de impotência e pouca iniciativa/proatividade?
Procurar ajuda?
Então, como citado a cima, todas as pessoas têm sua singularidade e precisam ser respeitadas em qualquer situação.
Desta forma, opto por deixar as questões em aberto para que cada um, dentro de seus questionamentos, possa decidir como anda sua autoestima.
Ressaltando que de certa forma todas as pessoas vão se reconhecer dentro de uma ou outra pergunta. Talvez em todas, mas isso não significa que ela precise de ajuda especializada.
Portanto, ninguém melhor do que a própria pessoa para fazer essa análise. E reconhecer se há ou não incômodo, sensação de angústia e percepção de que algo não faz sentido sobre ela. Ou se tenta preencher essa falta com coisas externas.
Psicóloga/ Psicanalista: Rejane Andreia de Sousa (CRP 06/113034). Graduada em Psicologia pela Universidade Paulista (UNIP). Especialista em Psicanálise pelo CENACES (com ênfase em teoria e prática clínica). Formada em Mediação e Conciliação pela Escola Paulista de Magistratura (EPM). Em Autismo e Psicose na Infância e em Terapia de Casal e Família pelo Instituto Sedes Sapientiae (SEDES). E, também, em Artes Cênicas pelo Instituto de Artes e Ciências de São Paulo (INDAC).
E-mail: rejane.asousa@hotmail.com e psicoblog.sousa@gmail.com
Consultório particular: atendimento individual, casal e família.
Fone: (11) 99123-6737
Gostaria de ler o outro post escrito pela Rejane? O tema foi: Uma Breve Explanação Sobre O Mundo “PSI”, então, é só clicar aqui. Siga o Almanaque da Mulher no Facebook e no Instagram.
Parabéns. Excelente.
excelente texto, objetivo e instigador!
A importância da família nesse auto reconhecimento foi muito bem pontuada pela Dra Rejane.Mais um tema q nos tem muito a acrescentar!!
Certamente, Priscila! Obrigada por comentar!
Parabéns meninas!!! Excelente publicação, desde as fotos assim como todo conteúdo.
Uma ótima reflexão sobre o que somos e o porquê de várias situações do nosso dia a dia.
Obrigada, Ritinha! Beijos!!
Rê, parabéns! O texto está impecável.
Beijos .
Adorei o texto, muito bom!!