Viagem

Bariloche: dicas de viagem no inverno

Quem me acompanha aqui no blog e nas redes sociais sabe que eu adoro o frio. Sempre gostei de viajar para lugares com invernos rigorosos. Para mim assistir a neve cair é um momento especialmente mágico de ver, sentir e viver! Acho os flocos de neve a coisa mais linda, pois parecem estrelinhas! Adoro também o cenário das ruas e telhados cobertos de neve. E curto muito sentir o calorzinho que vem de uma lareira. Já tinha visto várias fotos de Bariloche no inverno e, não tive como não me encantar pela cidade. Assim que possível, programei minha viagem para lá. Aqui neste post conto um pouco para vocês.



Sobre a cidade

Bariloche é a porta entrada da Patagônia. Para quem não sabe, o nome oficial dessa cidade da Argentina é San Carlos de Bariloche.

Fica localizada na Província de Rio Negro, junto à Cordilheira dos Andes, na fronteira com o Chile. Nasceu como uma pequena vila alpina mas se tornou uma grande cidade.

O nome Bariloche significa “povo de trás da montanha” e foi dado pelos seus primeiros habitantes, os índios mapuches, originários do outro lado dos Andes.



Quando ir a Bariloche

Dá para visitar a cidade o ano inteiro, mas eu preferi ir no inverno por causa da neve, claro!
Em meados de maio chove muito e há queda da temperatura.

A temporada oficial de inverno vai da última semana de junho ao fim de setembro. As temperaturas variam de -10°C a 10°C, ideal para esquiar ou mesmo aproveitar para curtir o friozinho.

Mas saiba que nem sempre a neve chega ainda em junho. A natureza tem seus caprichos, não é?!



Então, se você quer mesmo pegar bastante neve, recomendo viajar apenas a partir de julho. Mas agosto é normalmente o mês com mais garantias de ver os floquinhos caindo do céu!

Em junho os flocos de neve começam a aparecer, principalmente no topo das montanhas (2.000 m acima do nível do mar), e do meio para o final do mês também na base (1.000 m acima do nível do mar).

No comecinho do mês, a neve é bem fraca, mas após a segunda quinzena a precipitação normalmente aumenta.

Durante o dia o sol pode aparecer e a temperatura chega fácil a uns 12o C. Contudo, à noite a temperatura despenca e fica sempre abaixo de zero.



Mas não neva todos os dias! Em geral, os floquinhos caem do céu a cada duas semanas e a precipitação pode durar até dois dias.

Mesmo sem a neve cair, o esqui continua garantido. Pistas como a do Cerro Catedral, por exemplo, contam com canhões para a produção de neve artificial na base da montanha.



Neve só na montanha?

E só neva na montanha? Não! Por toda a cidade a neve vai pintando tudo de branco também, as calçadas, os telhados, as árvores.

Mas em geral a neve não é tão intensa perto do centro, pela proximidade do lago, devido a consequente umidade.

Ah, os grandes lagos encontrados na região não congelam por causa da sua grande profundidade. O Nahuel Huapi chega a mais de 400 m em alguns pontos!



Como chegar

Os únicos voos diretos entre o Brasil e Bariloche são os voos fretados pelas operadoras, vendidos apenas dentro dos pacotes.

Comprando passagem por conta própria, você necessariamente terá que fazer conexão em Buenos Aires.

Observe que Buenos Aires tem dois aeroportos: Aeroparque (o aeroporto central) e Ezeiza (a 50 minutos do centro).

A maioria dos voos para Bariloche sai do Aeroparque, então não é incomum ter que trocar de aeroporto em Buenos Aires, caso você deseje ir direto para Bariloche.



Observe o intervalo entre os voos para dar tempo de ir de um aeroporto para outro, caso necessário.

Assim, caso você compre uma passagem com chegada em Buenos Aires via Ezeiza e saída pelo Aeroparque, saiba que o trajeto entre os dois aeroportos corre por sua conta.

Nesse caso, você vai precisar de pelo menos umas três horas de intervalo entre um voo e outro para dar tempo de fazer a imigração, o traslado de táxi e o novo check-in.



Onde se hospedar

Bariloche tem uma ótima estrutura hoteleira para vários gostos e bolsos. Tem desde hotéis de luxo aos mais básicos, além de albergues.

Se você se hospedar no Centro, vai ter a disposição todos os restaurantes e lojinhas na porta do seu hotel. Mas, em geral, são hotéis mais antigos e com poucas opções para quem está com criança.

Já próximo da avenida Bustillo, a estrada que leva para o Cerro Catedral, você encontrará hotéis mais novos, com melhor infraestrutura (piscina térmica, spa, restaurante próprio), essa foi a minha opção.



Nós ficamos no Villa Sofia (clique aqui e confira) e adoramos. Ainda me lembro que a café da manhã era bem gostosinho, sempre tinha um bolinho ou de laranja ou de tangerina e churros!

Será que eles ainda mantêm essa delícia no cardápio?! Aff!! Imagina o tanto de calorias logo de manhã!! Mas férias, são férias!!! kkkkkk



Mas se você quiser fazer a sua viagem em grande estilo, recomendo o Hotel Llao Llao (clique aqui e veja mais). É um resort 5 estrelas de alto luxo, localizado às margens do Lago Nahuel Huapi, de origem glacial (formado por águas de degelo). Lindíssimo!

Hotel Llao Llao
Hotel Llao Llao.

Como circular por Bariloche

O inconveniente de se hospedar na avenida Bustillo é depender de transporte para o centro: táxi, remis (carro com motorista com corrida acertada previamente, sem taxímetro) ou mesmo ônibus. Mas, assim como em Buenos Aires, as corridas em Bariloche são baratas.
E Uber, claro! Se alguém puder contar como foi a experiência, compartilhe nos comentários!



De ônibus

Para circular de ônibus é preciso comprar um cartão e carregar com quantos pesos forem necessários para o total de viagens que você pretende fazer.

Esse cartão é vendido em algumas lojas do centro da cidade. Só que esperar ônibus no ponto no inverno não é muito agradável, por isso, acho recomendável contar com os gastos do táxi.



Carro alugado

Alugar um carro também é uma opção para quem curte a liberdade de sair e chegar na hora que bem entender.

Mas lembre-se que nós brasileiros não estamos habituados e dirigir nas estradas escorregadias com gelo, comuns no inverno mais rigoroso. Leve isso em consideração.



Excursão

Eu usei muito os táxis e fiz alguns passeios de ônibus no esquema de excursão. Fechei tudo em um pacote: aéreo, hotel, roupas para neve e passeios.



O que vestir em Bariloche

Todos os ambientes fechados (hotéis, restaurantes, confeitarias, lojas etc.) são aquecidos, o que faz com que exista grande diferença de temperatura nas entradas e saídas desses lugares.

Tenha isso em mente e abrigue-se bem antes de sair para evitar ficar doente. Não se esqueça de usar uma roupa de baixo apresentável para que você fique a vontade para retirar os agasalhos e não morrer de calor.



Onde alugar roupas para a neve:

A neve molha, assim, não dá para usar qualquer tipo de roupa de inverno, principalmente se você for aprender a praticar algum esporte na neve.

As calles (ruas) Mitre e San Martín concentram as lojas de aluguel de roupas. Os preços e a qualidade variam de uma loja para outra, por isso, vale a pena pesquisar.

Já os equipamentos para esqui e snowboard devem ser alugados diretamente na estação de esqui.

Mas para quem não conhece, vou logo avisando: não são nada leves e são bem incômodos de carregar, principalmente para quem não tem prática.



Pontos turísticos mais importantes de Bariloche:

Centro Cívico

O Centro Cívico é um dos lugares mais bonitos do centro da cidade e se prolonga até o lago Nahuel Huapi.

Lá estão o Monumento Histórico Nacional, a praça com  a Prefeitura, a Secretaria Municipal de Turismo, a Polícia local, o Museu da Patagônia e a Biblioteca Sarmiento.

O Museu da Patagônia apresenta salas de Ciência Natural, Etnografia, Pré-história, História Regional e local. É bem interessante, para quem gosta de museu vale a pena a visita.

A rua Mitre, que você pode acessar da praça, é a principal rua para compras de chocolates, doces caseiros, roupas e artesanatos produzidos na região. Tem umas lojinhas muito lindas.



Circuito Chico

Centro Cívico de Bariloche.

O Circuito Chico que quer dizer “circuito curto” é um passeio de visita aos principais pontos turísticos de Bariloche. Ou seja, é o city-tour basicão.

O passeio se inicia na Av. Bustilo, margeando o lago Nahuel Huapi até o Porto Pañuelo, de onde partem os barcos para a Isla Victoria.



Cerro Otto

A apenas 5 km do centro cívico, em uma estrada cercada por densos bosques de pinheiros, está o complexo Teleférico Cerro Otto, que proporciona vista panorâmica da região, em especial do lago Nahuel Huapi.

O teleférico vermelhinho é lindo, tipo bondinho do Pão de Açúcar só que com capacidade para apenas 4 pessoas, totalmente fechado, nos permitindo apreciar a paisagem protegidos da chuva, do vento ou da neve.

Cerro Otto
Cerro Otto.

Lá em cima do cerro, coberto de neve durante o inverno, é possível fazer esquibunda (você senta em trenozinhos, os trineos), caminhadas guiadas ou curtir a Confeitaria Giratória.

A área interna do Cerro tem uma pequena galeria de arte, boate e lojinhas para comprar lembranças.



O esquibunda é feito no Cerro Piedras Blancas, que ocupa uma das faces do Cerro Otto. Cada pessoa tem direito de escorregar três vezes. É muito divertido! Não esqueça a roupa de neve para não ficar molhado.

São cinco pistas de esquibunda e dois teleféricos do tipo funicular que são usados para nos carregar morro acima, após cada descida.

Funicular do Cerro Otto
Funicular do Cerro Otto.

A Confeitaria Giratória 360o, a 1.405 m de altura, é perfeita para você tomar um chocolate entre outras coisinhas deliciosas.

A estrutura demora cerca de 20 minutos para dar uma volta completa, é bem devagarinho.



Confeitaria Giratória
Confeitaria Giratória.



Cerro Campanário

Muitas vezes está incluído no Circuito Chico, mas os pacotes nem sempre dão direito ao ingresso para a subida, confirme antes.

No Cerro Campanario o teleférico é aquele de cadeirinhas duplas. Lá de cima a vista é maravilhosa, há placas com indicações dos nomes dos lagos para você identificar na paisagem.

Tem também uma casa de chá para você se aquecer com alguma gostosura.

Cerro Campanario.



Cerro Catedral

O Cerro Catedral está localizado a 22 Km do centro de Bariloche. É a maior estação de esqui da América do Sul, com 120 km de pistas divididas em 56 vias.

Dispõe de ótima infraestrutura com restaurantes, shoppings, escolas de esqui e locais para alugar roupas e equipamentos para enfrentar a neve.

Pista do Cerro Catedral
Pista do Cerro Catedral.

O Cerro Catedral é distinguido à distância, por suas imponentes “agulhas de pedra”, que se assemelham a uma catedral, daí  seu nome.  Oferece pistas de diferentes níveis de dificuldade, conta com vários caminhos de trekking e refúgios.



Há a possibilidade de fazer aulas de esqui coletiva ou particular. O recomendável é no mínimo 2 h. Mas atenção, como é considerado um esporte radical, faça sempre um seguro saúde informando da sua intenção de esquiar.

Se você fizer um seguro comum e se machucar esquiando, a empresa pode se negar a cobrir os gastos.



Dica importante

Outra dica importante é: se você pretende esquiar chegue cedo. O Cerro Catedral abre às 9 h e encerra suas atividades por volta das 17 h. Você pode chegar na base antes de abrir para pegar filas menores.

Sim, durante a alta temporada costuma haver fila para comprar ingressos, pegar o teleférico, para descer da montanha, enfim, quanto mais cedo você chegar, menor tempo você tenderá a gastar nas filas.

Como existem diversos tipos de ingressos que dão acesso aos meios de elevação ou lifts, é importante saber o que você pretende fazer.

Há desde passes de meio dia até os mensais. Se for sua primeira vez na neve, leve em consideração que talvez você não se identifique muito com todo o universo do esqui.



E quem não quiser esquiar, pode e deve subir a montanha. Pode pegar o cable carril, que é um bondinho exclusivo para pedestres.

Pico do Cerro Catedral
Picos do Cerro Catedral.

As agulhas de pedra do Cerro Catedral. Se você vai esquiar procure algum grupo de Snow Tour, que é um serviço gratuito em que guias-esquiadores conduzem os visitantes por pistas e mirantes da estação.



Bariloche
Montanha de neve do Cerro Catedral.
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Cerro Catedral.



Na montanha você pode praticar os esportes ou apenas desfrutar da neve e de belíssimas paisagens.

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Portal de entrada do Cerro Catedral.  



Cerro Bayo

No complexo Cerro Bayo encontram-se mais de 15 pistas de esqui sinalizadas para todos os níveis. É ótimo para iniciantes também.

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Cerro Bayo.
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A vegetação tomada pela neve. Lindo de se ver!



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Cerro Bayo.

O Cerro Bayo é conhecido pela qualidade dos serviços prestados ao visitante, e, por isso, se denomina um centro de esquiboutique.

É ideal para quem procura uma estação de esqui mais tranquila, sem grandes filas como no Cerro Catedral e que ofereça uma ótima infraestrutura. Eu curti muito mais!

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Eu no Cerro Bayo.



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Amei essa foto!



Isla Victoria

Para ir até a Isla Victoria é necessário pegar um barco no Puerto Pañuelo para navegar pelo Lago Nahuel Huapi. Esse passeio é imperdível! As paisagens são lindíssimas. Nós fizemos o passeio no barco Cau Cau, muito confortável.

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Barco para passeio até a Isla Victoria e Bosque de Arrayane.

O barco é acompanhado durante boa parte do passeio por gaivotas loucas por um lanchinho. Elas chegam a pegar da sua mão. Lindo como elas conseguem, mesmo com o barco em movimento.



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Lago Nahuel Huapi.
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Visão dos picos cheios de neve a partir do Lago Nahuel Huapi.

A Isla Victoria é a maior ilha do lago Nahuel Huapi, é coberta por bosques com pinheiros, sequoias entre outras árvores e existem trilhas para o passeio. A ilha abriga também pinturas rupestres.



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Isla Victoria.



Bosque de Arrayanes

O mesmo passeio de barco que leva a Isla Victoria depois segue para o Bosque de Arrayanes (a ordem pode variar).

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Bosque de Arrayanes.



O Bosque de Arrayanes é uma área protegida que faz parte do Parque Nacional Los Arrayanes devido a importância da espécie, que não existe em outras localidades.

Acredita-se que as árvores tenham aproximadamente 300 anos! São árvores altas, que chegam atingir até 25 metros.

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Bosque de Arrayanes.

O que chama mais a atenção nos Arrayanes é a cor do tronco, parece de canela com manchas brancas. Reza a lenda que Walt Disney se inspirou no Bosque de Arrayanes para desenhar Bambi. 

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Com a turma da excursão no Bosque de Arrayanes.



Abaixo a imagem é da casinha de chá que fica no meio do bosque. Não é linda?! Parece de desenho mesmo!

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Bosque de Arrayanes.  



O que não pode faltar na mala para Bariloche

Apesar do frio pode haver dias de sol intenso, então não deixe de levar protetor solar e óculos de sol. A brancura da neve ofusca demais os olhos e pode até prejudicar a visão.

Não esqueça também o protetor labial (clique e veja post), pois o vento frio resseca muito os lábios deixando-os feridos quando não protegidos.

Como em qualquer viagem, não deixe de levar os medicamentos que você e sua família estão acostumados.



Quanto as roupas próprias para a neve, você pode comprar ou alugar por lá mesmo. No centro há várias opções, mas pesquise o preço e a qualidade.

Desconfie daquelas muito baratas. Lembre-se que se a roupa for de má qualidade pode até estragar seu passeio, pois você pode ficar molhada, com muito frio e até doente.

Veja também os posts:

É você, já foi a Bariloche? Tem alguma dica para dar? Conta aqui!

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